Conteúdos selecionados para informação e preparação de pacientes para procedimentos diagnósticos e terapêuticos
Tireóide/ Cabeça e Pescoço
Punção da Tireoide
O nódulo de tireoide é um problema de saúde muito comum. Mais frequente em mulheres e a chance de tê-los aumenta com a idade.
Atualmente descobrimos muito mais nódulos de tireoide que há décadas atrás e a principal causa disso é a realização de exames de imagem como a ultrassonografia (US), e também por outros exames de imagem da região cervical. Independente disso a vasta maioria dos nódulos tireoidianos é benigna, não ocasiona alteração hormonal, não necessita de qualquer tratamento, e apenas um acompanhamento clínico-ultrassonográfico se faz necessário.
Alguns deles são submetidos à punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por US. A solicitação do procedimento é feita pelo seu médico, baseada principalmente em critérios clínicos, de tamanho e de imagem, principalmente pela ultrassonografia com Doppler colorido.
Pouco frequente quando comparado aos demais tumores malignos, o câncer de tireoide acomete mais as mulheres e a grande maioria deles é constituída por tumores de baixa agressividade. O diagnóstico dele vem aumentando por causa do avanço tecnológico da ultrassonografia (US) e do advento da PAAF guiada por US.
A PAAF é um procedimento simples e rápido, por vezes mais rápido que uma coleta de sangue e não necessita de nenhum cuidado especial após o procedimento, na maioria absoluta dos casos. Mesmo assim a imensa maioria dos nódulos submetidos à PAAF é benigna.
Portanto, se seu médico solicitou o procedimento, não o adie ou deixe de fazê-lo por receio do procedimento ou do seu resultado. Este procedimento é importante para uma decisão médica acertada, que na maioria dos casos é conservadora.
Quer saber mais sobre o procedimento leia o consentimento informado.
Glândula da Tireoide
A glândula tireoide se localiza na região central anterior inferior do pescoço, à frente e em íntima relação com a traqueia. É constituída por dois lobos (segmento ou divisão) um de cada lado e um estreito segmento que une os dois lobos, chamado istmo.
Há também o lobo piramidal, que é uma projeção fusiforme (alongada e fina) superior, na maioria das vezes único e situado na região central e/ou levemente lateralizado.
A principal função desta glândula é regular o metabolismo através da produção de hormônios (TSH, T3 e T4), além de auxiliar no controle dos níveis sanguíneos do cálcio.
A glândula pode ser acometida por doenças inflamatórias e/ou autoimunes (tireoidite de Hashimoto ou a doença de Graves), além de alterações funcionais, como a produção aumentada de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo) ou reduzida (hipotireoidismo), e pela comum presença de nódulos (doença nodular da tireoide).
Nódulo da Tireoide
Os nódulos de tireoide ou doença nodular da tireoide são um problema de saúde mundial muito comum. Mais comum em mulheres, provavelmente por fatores genético ou hormonal (estrogênio).
A chance de tê-los ou do aumento do número deles em quem já os tem aumenta com a idade. Dentre os fatores de maior risco para a doença nodular de tireoide, a deficiência de iodo é o principal, no entanto no nosso meio (cidades grandes) não é uma causa relevante, devido à adição do iodo ao sal de cozinha.
No entanto nas últimas décadas houve um aumento na sua detecção deles. Uma das principais causas é o maior acesso da população ao exame ultrassonográfico e outros exames de imagem da região cervical (ressonância magnética, tomografia computadorizada, Doppler colorido de carótidas e PET Scan). Contribuindo para esse aumento, inclusive em homens que até então eram acometidos de forma rara, a cultura do Check up individual ou realizado por empresas, além de solicitações sem indicações precisas ou com mero intuito de rastrear câncer (screening), feitas por vários outros especialistas que não o endocrinologista ou cirurgião de cabeça e pescoço, são causa importantes.
Por isso todos nós conhecemos alguém que tenha nódulo (s) de tireoide. E se a maioria das pessoas, principalmente as mulheres, realizar uma ultrassonografia de tireoide, encontrará pelo menos um.
Avaliação clínica e testes laboratoriais confirmam se o nódulo é hiperfuncionante (produtor de hormônio) ou não, apesar da vasta maioria dos nódulos tireoideanos não interferir nos níveis hormonais (TSH, T3, T4, T4 livre), ser benigna e não necessitar de qualquer tratamento inicial com medicamentos. Apenas um acompanhamento clínico-ultrassonográfico se faz necessário.
Alguns casos uma investigação diagnóstica complementar se faz necessária, como uma punção (biópsia). Mesmo assim poucos casos atualmente são levados à cirurgia, ou outro tipo de tratamento, como radioiodoterapia.
Câncer da Tireoide
O Câncer de tireoide também é mais frequente em mulheres e ocupa a 8ª posição no ranking dos tumores malignos segundo a estimativa de 2018 sobre Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA).
O número de novos casos de câncer de tireoide vem crescendo lentamente, sendo que a maior utilização da ultrassonografia e da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) pode explicar parcialmente este aumento. A exposição à radiação ionizante na infância é o fator de risco já estabelecido.
No entanto, outros fatores discutíveis (ambientais, genéticos, associação com tireoidite de Hashimoto, nível aumentados de TSH, tipo de dieta) podem também estar associados a um aumento real, segundo a estimativa de 2018 sobre Incidência de Câncer no Brasil do INCA. Segundo esta estimativa a mortalidade está em queda.
A maioria do câncer de tireoide é constituída pelo carcinoma papilífero. Tumor indolente (silencioso), de baixa agressividade, que não causa qualquer sinal ou sintoma na maioria dos casos, muitas vezes descobertos de maneira incidental, por exames de imagem.
Quando se manifesta clinicamente, como na maioria dos tumores, se apresenta como nódulo sólido, com características adicionais sugestivas, p.e. microcalcificações, e pode disseminar para linfonodos cervicais (gânglios ou “ínguas”), mais frequentes no mesmo lado do tumor.
O segundo mais comum, mas bem menos frequente que o papilífero, é o carcinoma folicular. No entanto, a punção aspirativa não é conclusiva no diagnóstico, denominando à citopatologia de tumor ou neoplasia folicular, por não conseguir diferenciar o adenoma (benigno), que constitui mais de 80% deles, e do carcinoma (maligno), e, portanto a cirurgia é indicada na maioria dos casos.
Os demais tipos de cânceres de tireoide são infrequentes e constituídos pelos carcinomas medular, indiferenciado e anaplásico, pelo linfoma e pelas metástases (tumores provenientes de outro órgão primário).
É recomendado fazer rastreamento ou “screening” de câncer de tireoide?
Na população geral NÃO, segundo os principais “guidelines” (diretrizes) das principais e mais respeitadas entidades, como, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), American Thyroid Association (ATA), American Association of Clinical Endocrinologists (AACE)/American College of Endocrinology (ACE)/Associazione Medici Endocrinologi Medical (AME).
E o rastreamento é indicado quando?
Em casos de pacientes com história clínica de maior risco para malignidade, como por exemplo, a exposição à radiação ionizante na infância.
Punção de Paratireoide
O principal objetivo desse tipo de punção é confirmar a origem paratireoidiana de um nódulo.
As paratireoides são minúsculas glândulas, geralmente em número de quatro, que na maioria das vezes se localizam posteriores ou bem próximas à glândula tireoide.
Algumas doenças acometem essas glândulas e a principal delas é o adenoma (tumor benigno). A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é adotada como uma opção diagnóstica, baseada principalmente em critérios clínicos, laboratoriais e de imagem, principalmente pela Cintilografia e a ultrassonografia com Doppler colorido.
A PAAF é um procedimento simples e rápido, por vezes mais rápido que uma coleta de sangue e não necessita de nenhum cuidado especial após o procedimento, na maioria absoluta dos casos. Neste caso é feita uma dosagem bioquímica adicional do próprio material puncionado, para a detecção do paratormônio (PTH) e da tireoglobulina, no intuito de confirmar a origem paratireoidiana ou tireoidiana do nódulo, que em alguns casos é difícil de diferenciá-los.
É importante salientar que esse material deve ser levado imediatamente para o laboratório, portanto, não marque o procedimento próximo a ou em horário em que os laboratórios de análises clínicas não estejam mais em atendimento.
Portanto, se seu médico solicitou o procedimento, não o adie ou deixe de fazê-lo por receio do procedimento ou do seu resultado. Este procedimento é importante para uma decisão médica acertada.
E lembre que na maioria dos casos a natureza do nódulo é benigna.
Quer saber mais sobre o procedimento leia o consentimento informado.
Punção de Linfonodo Cervical
A principal indicação é a presença de linfonodo aumentado (linfonodomegalia) e/ou palpável, conhecido popularmente por íngua ou gânglio.
O objetivo primordial de uma punção de linfonodo cervical é tentar determinar se o paciente é portador de uma doença benigna (infecciosa, inflamatória ou autoimune) ou maligna, proveniente de diversos órgãos, como da tireoide, das glândulas salivares, de lesões da boca e garganta, pele, ou do próprio sistema linfático.
A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é adotada como uma opção diagnóstica, baseada principalmente em critérios clínicos e de imagem, principalmente pela ultrassonografia com Doppler colorido e também por outros exames de imagem (ressonância magnética, tomografia computadorizada ou até medicina nuclear).
A PAAF é um procedimento simples e rápido, por vezes mais rápido que uma coleta de sangue e não necessita de nenhum cuidado especial após o procedimento, na maioria absoluta dos casos. No caso de haver a possibilidade do linfonodo estar acometido por disseminação de um câncer de tireoide, uma dosagem bioquímica adicional (tireoglobulina ou calcitonina) feita do próprio material puncionado será realizada.
É importante salientar que esse material deve ser levado imediatamente para o laboratório, portanto, não marque o procedimento próximo a ou em horário em que os laboratórios de análises clínicas não estejam mais em atendimento.
Portanto, se seu médico solicitou o procedimento, não o adie ou deixe de fazê-lo por receio do procedimento ou do seu resultado. Este procedimento é importante para uma decisão médica acertada.
Quer saber mais sobre o procedimento leia o consentimento informado.
Punção de Glândulas Salivares (Parótida e Submandibular)
A principal indicação de uma punção de glândula salivar é pela presença de algum nódulo (caroço).
Na maioria das vezes a glândula parótida é mais acometida, sendo que a grande maioria desses nódulos é benigna. A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é adotada como uma opção diagnóstica, baseada principalmente em critérios clínicos e de imagem, principalmente pela ultrassonografia com Doppler colorido e também por outros exames de imagem (ressonância magnética, tomografia computadorizada ou medicina nuclear).
A PAAF é um procedimento simples e rápido, por vezes mais rápido que uma coleta de sangue e não necessita de nenhum cuidado especial após o procedimento, na maioria absoluta dos casos.
Portanto, se seu médico solicitou o procedimento, não o adie ou deixe de fazê-lo por receio do procedimento ou do seu resultado.
Este procedimento é importante para uma decisão médica acertada.
Punção de outros nódulos
A principal indicação de uma punção de um nódulo (caroço) em partes moles de qualquer região do corpo é seu surgimento, ser visível ou ser palpado, e menos frequentemente ser um achado incidental em um exame de imagem, à exceção dos nódulos mamários, que podem ser detectados à mamografia ou à ultrassonografia por exemplo.
O exame físico é muito importante. A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é adotada como uma opção diagnóstica, baseada principalmente em critérios clínicos e de imagem, principalmente pela ultrassonografia com Doppler colorido e também por outros exames de imagem (ressonância magnética, tomografia computadorizada ou medicina nuclear), quando estes não são totalmente elucidativos.
A PAAF é um procedimento simples e rápido, por vezes mais rápido que uma coleta de sangue e não necessita de nenhum cuidado especial após o procedimento, na maioria absoluta dos casos. Portanto, se seu médico solicitou o procedimento, não o adie ou deixe de fazê-lo por receio do procedimento ou do seu resultado. Este procedimento é importante para uma decisão médica acertada.
Dúvidas Frequentes
Precisa ir acompanhado?
Não há necessidade. No entanto, pacientes menores de idade ou com idade avançada, doenças crônicas importantes, problema de locomoção, que tenham algum problema de comunicação ou de entendimento, que desmaiam ao realizar coletas de sangue, devem vir acompanhados.
Apesar de o procedimento ser simples, muitos pacientes se sentem ansiosos, angustiados e não dormem bem na(s) noite(s) que antecede(m) o procedimento. Neste caso convém vir acompanhado.
Pode tomar algum “calmante” na véspera do exame?
Sim. Não há problema algum sob prescrição médica ou algum medicamento “natural” que seja vendido em farmácias sem prescrição médica (p.e., à base de maracujá).
A agulha é fina?
Igual á de uma injeção comum.
Faz anestesia local?
Eu não faço anestesia.
Por que não?
Na maioria absoluta do procedimento uma picada só resolve o procedimento, sendo uma picada igual à da anestesia.
- A injeção da anestesia local sob a pele dói.
- A anestesia não vai até a tireoide, ela é cutânea e subcutânea.
- Aumenta em muitas vezes o tempo do procedimento.
- Não tira a sensação de movimento feito durante o momento da coleta de material no interior do nódulo.
Eu posso usar alguma pomada anestésica local?
Sem problemas.
Dói?
Bem… picada sempre dói né? No entanto, esta picada é que nem uma picada de injeção no braço, uma só resolve a imensa maioria dos casos e o tempo de procedimento é muito curto (muitas vezes mais rápido que uma coleta de sangue) na maioria dos casos e por isso a maioria absoluta tolera bem muito o procedimento.
Alguns pacientes relatam ser menos doloroso que a coleta (“retirada”) de sangue, anestesia de dentista, aplicação de Botox ou preenchimento facial.
Quais são as complicações do procedimento?
- Pode ficar doído no local? Poucas vezes. No entanto quando acontece dura poucos minutos após o procedimento.
- Fica roxo? Raro.
- Fica inchado? Raríssimo.
Tratamento possíveis complicações
Qualquer complicação dessa natureza será tratada com gelo local imediatamente e observação, com liberação posterior do paciente após sanar os sintomas. Em raros casos serão prescritos medicamentos anti-inflamatórios ou analgésicos, associado ou não a controle ultrassonográfico.
Tem alguma reação após o exame?
A maioria absoluta dos pacientes não tem qualquer reação após o procedimento. Raramente. Alguns pacientes podem sentir tonteira, principalmente os que não se sentem bem ao realizar coletas de sangue ou os que estejam muito nervosos. No entanto um pequeno repouso imediato após a punção na própria sala de procedimentos resolve isso.
Tem alguma restrição após o procedimento?
Não. Retomada das atividades diárias normais (p.e. trabalhar, fazer atividade física, etc.). A não ser em caso de complicações referidas acima. Neste caso após o procedimento serão dadas instruções ao paciente.
Tomo AAS (Aspirina) diariamente, preciso parar para realizar o procedimento?
Não.
Tomo AAS (Aspirina) e Clopidogrel diariamente, preciso parar para realizar o procedimento?
Sim. Pelo menos um deles, pois o risco de hematoma aumenta muito. O médico que prescreveu deve optar qual o medicamento parar.
No entanto, em poucos casos pelo risco de uma complicação cardiovascular ser grande devida à interrupção desses medicamentos, o procedimento poderá ser feito com a manutenção deles sob a aceitação dos médicos executante e assistente e do paciente.
Quando volto tomar?
Se não houver qualquer complicação (p.e. rouxidão e/ou inchaço local) no decorrer de 2 horas pode reiniciar o medicamento.
Tomo anticoagulante diariamente, preciso parar para realizar o procedimento?
Sim. Aumenta o risco de hematoma tireoidiano, e de prejudicar a amostra colhida. Suspender o uso de anticoagulantes. Entrar em contato com o seu médico que prescreveu o anticoagulante sobre essa necessidade. Sugestão de tempo mínimo de suspensão:
- 24 horas antes do procedimento: Clexane.
- 2 dias: Pradaxa (Dabigatran), Xarelto (Rivaroxaban), Eliquis (Apixaban).
- 5 dias: Varfarin, Marevan, Cumadin, Marcoumar.
No entanto em poucos casos pelo risco de uma complicação cardiovascular ser grande devida à interrupção desses medicamentos, o procedimento poderá ser feito com a manutenção deles sob a aceitação dos médicos executante e assistente e do paciente.
Quando volto tomar?
Se não houver qualquer complicação (p.e. rouxidão e/ou inchaço local) no decorrer de 2 horas pode reiniciar o medicamento.
Eu continuo a tomar meus remédios de uso diário normalmente, como os de pressão alta e Diabetes, por exemplo?
Sim. Não deve jamais deixar de tomar os medicamentos a não ser os referidos acima (anticoagulantes).
Crianças ou pacientes com alguma deficiência, ou síndrome (p.e., Down) podem ser submetidos ao procedimento?
Sim. Na maioria deles o procedimento é feito com sucesso. Depende somente da cooperação do paciente, da capacidade de entendimento em saber que receberá uma picada por alguns segundos de procedimento, e procurar não se mover de maneira brusca durante o procedimento.
Pode ser feita sob sedação anestésica?
Sim. No entanto, esse tipo de procedimento é reservado principalmente às crianças menores de 10 anos, pacientes com algum tipo de deficiência de entendimento ou consciência, ou aqueles que realmente não consigam tolerar o procedimento. O procedimento é feito em hospital, com anestesista e patologista na sala, necessita de risco cirúrgico e tem um custo diferenciado.
O material colhido estraga? Tem prazo de validade?
O citopatológico e cell Block (histopatológico) não estragam. Pode levá-los quando quiser ao laboratório. Não necessita de geladeira. Ideal é guardá-los em um local para não correr o risco de cair ou ser derrubado. E caso caia e derrame o líquido? Encha os frascos com álcool, de preferência absoluto (95 gl) e leve para o laboratório.
As dosagens ou lavados estragam e é necessário levar imediatamente ao laboratório.Lembrar que esse tipo de exame é feito somente em muito poucos casos e solicitados pelo médico-assistente.
O que é citopatológico?
A análise microscópica das células contidas no material colhido através da punção biópsia. Atualmente a classificação Bethesda é emitida nos citopatológicos, constituída por um escore de 1 a 6, sendo que 1 é não diagnóstico, e de 2 (benigno) a 6 (maligno) são diagnósticos. O risco de malignidade aumenta conforme o escore.
O que é histopatológico ou Cell Block?
Análise microscópica de tecidos e células contidas no material colhido através da punção biópsia.
O material da punção (citologia) não foi suficiente (não-diagnóstico) na punção anterior. Pode acontecer de novo?
Sim, principalmente em nódulo que apresente grande quantidade de líquido. Na verdade não foi a quantidade de material colhido que não foi suficiente para o diagnóstico, e sim a presença de células típicas (normais) em uma quantidade mínima no material colhido. Em cerca de 10 a 15% pode ocorrer independente do fator. No entanto é mais frequente em nódulo que apresente grande quantidade de líquido, pois o líquido não apresenta células e muitas vezes o que parece ser sólido no nódulo, é um aglomerado de partículas que não apresenta células. Por outro lado quanto mais liquido o nódulo tiver maior a probabilidade de benignidade.
A biópsia pode disseminar um tumor maligno, em caso positivo?
Não dentro do meu conhecimento.
Links Úteis
Nota: O conteúdo informado tem como objetivo dar uma ideia geral e superficial ao leigo sobre as doenças que acometem algum dos importantes órgãos da região da cabeça e pescoço, tireoide, linfonodos e glândula salivares, com enfoque maior no procedimento diagnóstico (biópsia). Mais informações. Acesse os sites abaixo:
Consentimento Informado
Clique aqui e faça o download do Consentimento Informado para Punção Aspirativa.
Próstata
Punção Biópsia de Próstata
Geralmente o paciente que tem uma indicação para a realização de biópsia de próstata é devido ao aumento do nível do PSA no sangue, associado ou não a alguma alteração ao toque retal ou a alguma lesão descrita em exame de imagem, mais frequentemente na ressonância magnética paramétrica e, portanto tem, na maioria das vezes, uma suspeita de ser portador de um tumor maligno.
Já que há essa possibilidade, vamos saber mais sobre o câncer de próstata. Primeiro, ele é comum na terceira idade (> 60 anos), tem um crescimento lento, geralmente silencioso e em muitos casos não se manifesta clinicamente durante toda a vida, ou leva décadas para fazê-lo.
Como muitos tipos de câncer, se diagnosticado precocemente a chance de sucesso no tratamento é grande. Apesar da expectativa enorme que esse procedimento e o seu resultado geram, a punção biópsia da próstata vai determinar na maioria das vezes a presença ou ausência do tumor, portanto é fundamental.
Então agora vamos conhecer este procedimento. A punção-biópsia da próstata guiada por ultrassonografia transretal é um procedimento relativamente simples e rápido, levando cerca de 30 minutos.
Ele consiste na retirada de fragmentos da próstata com auxílio de uma sonda retal, sob sedação anestésica e anestesia local, após um preparo prévio, que consiste de uma leve limpeza intestinal e antibiótico profilático. São retirados habitualmente no mínimo doze a quatorze fragmentos, após um exame ultrassonográfico. É retirado um maior número de fragmentos da região que apresente alteração suspeita ao toque ou ao exame de imagem (ultrassonografia, ressonância magnética ou Pet Scan), ou da região que contenha tumor previamente diagnosticado em biópsia anterior (vigilância ativa ou “active surveillance”). Caso não tenha nenhuma dessas alterações serão retirados fragmentos de forma randomizada ou aleatória (alguns fragmentos das várias regiões prostáticas).
A punção é um procedimento seguro em pacientes sadios ou com doenças sistêmicas controladas. Na maioria dos casos a principal consequência do procedimento é o sangramento na urina, fezes e esperma. A infecção é uma complicação rara nos pacientes que seguem à risca o preparo, que inclui antibiótico profilático e recomendações pós-procedimento.
Portanto, se seu médico solicitou o procedimento, não o adie ou deixe de fazê-lo por receio do procedimento ou do seu resultado. Este procedimento é importante para uma decisão médica acertada. Lembre que na maioria dos casos quando diagnosticado precocemente a chance de cura do câncer é alta.
Quer saber mais sobre o procedimento leia o consentimento informado.
Dúvidas Frequentes
Precisa ir acompanhado?
É imprescindível. SEM O ACOMPANHANTE NÃO É REALIZADO O PROCEDIMENTO.
Tenho que suspender anticoagulante?
Convém ler o consentimento informado.
Pode usar AAS (Aspirina) ou algum medicamento que “afine o sangue”?
Não. Convém ler o consentimento informado.
Caso o supositório ou a pequena lavagem não faça efeito, farei o procedimento?
Mesmo que não haja qualquer episódio de evacuação o exame será realizado. Em pacientes que tem hábito intestinal matinal regular pode não haver o efeito laxativo esperado.
Pode tomar os medicamentos diários antes do procedimento?
Geralmente não. Tomará logo após o procedimento, portanto leve-os. Mas dependerá de cada caso.
Dói?
Não. A sedação é exatamente para isso. O paciente adormece durante o procedimento. Além disso, é feita uma anestesia local e usado analgésico logo após o procedimento.
Pode trabalhar no dia seguinte?
Não. O paciente ficará dois dias em repouso, sem ocupação, mesmo que doméstica.
Tem problema ter relação sexual ou fazer atividade física após o procedimento?
Relação sexual ou atividade física somente a partir de cinco dias do procedimento.
Sangra?
Pode sangrar na urina, fezes e no esperma, mas é um sangramento autolimitado (com o tempo acaba espontaneamente). Pode haver sangramento retal (“sangue vivo”) após o exame, principalmente nas duas primeiras evacuações, mas é pouco frequente. Neste caso, geralmente o sangramento se limita ao período imediato pós-procedimento. O paciente receberá as recomendações escritas pós-procedimento que remediará o sangramento.
Pode haver infecção?
Sim, mas a infecção é uma complicação rara nos pacientes que seguem à risca o preparo, que inclui antibiótico profilático e recomendações pós-procedimento.
Pode dirigir depois do exame?
Não. Por conta das drogas usadas na sedação anestésica.
Tem alguma dieta após o procedimento?
Não. Dieta normal.
A biópsia pode disseminar um tumor maligno, em caso positivo?
Não dentro do meu conhecimento.
Links Úteis
Nota: O conteúdo informado tem como objetivo dar uma ideia geral e superficial ao sobre o procedimento diagnóstico (biópsia). Mais informações. Acesse os sites abaixo:
Consentimento Informado
Clique aqui e faça o download do Consentimento Informado para Biópsia de Próstata.
Sedação Anestésica
A sedação anestésica é um procedimento realizado com a intenção de minimizar a ansiedade e angústia do paciente, provocadas pela realização e pelo resultado de uma biópsia, além de acabar com o desconforto ou a dor ocasionada pelo procedimento.
Optamos por realizar exclusivamente em regime hospitalar (“day clinic”: internação por horas ou no período diurno) por uma questão de maior conforto e segurança. Com esse intuito seguimos um protocolo pré-anestésico, que inclui no mínimo o risco cirúrgico, hemograma, coagulograma e eletrocardiograma (ECG).
Demais exames complementares serão solicitados dependendo de cada caso. Este procedimento é feito por um anestesista, e consiste em administrar medicamentos por via endovenosa (veia) com constante monitorização clínica através de aparelhos próprios durante todo o procedimento, no intuito deste transcorrer de maneira segura e eficaz.
Atualmente nos grandes centros, a sedação é utilizada rotineiramente para realização de alguns procedimentos, como o de biópsia de próstata. Mas devem ser feita em crianças menores de 10 anos, pacientes portadores com alguma deficiência cognitiva ou que que não consigam suportar a realização de procedimentos de tireoide, cabeça e pescoço, mama ou de outro órgão ou estrutura.
O conteúdo informativo do site tem como objetivo esclarecer de forma simples sobres as doenças mais comuns (tireoide/cabeça e pescoço e próstata), como são os procedimentos, as suas peculiaridades e as dúvidas frequentes.
Fontes:
DELFIM,R.L.C. Uma nova proposta para THYROID IMAGING REPORTING DATA SYSTEM (TIRADS): correlação entre achados ultrassonográficos e o sistema de classificação citológica Bethesda. 2015. Dissertação (Mestrado em Medicina). Serviço de Endocrinologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ.
DELFIM, Ricardo Luiz Costantin et al. Likelihood of malignancy in thyroid nodules according to a proposed Thyroid Imaging Reporting and Data System (TI-RADS) classification merging suspicious and benign ultrasound features. Arch. Endocrinol. Metab., São Paulo , 61, n. 3, p. 211-221, June 2017.
Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA). Rio de Janeiro. Estimativa 2018: Incidência de câncer no Brasil. Disponível em:< https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2018-incidencia-de-cancer-no-brasil>. Acessado em 22 de Junho de 2018.
LI N, Du XL, Reitzel LR, Xu L, Sturgis EM. Impact of enhanced detection on the increase in thyroid cancer incidence in the United States: review of incidence trends by socioeconomic status within the surveillance, epidemiology, and end results registry, 1980-2008. Thyroid. 2013;23(1):103-10.
ROSÁRIO PW, Ward LS, Carvalho GA, Graf H, Maciel RM, Maia AL, et al. Thyroid nodule and differentiated thyroid cancer: update on the Brazilian consensus. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(4):240-64.
HAUGEN BR, Alexander EK, Bible KC, Doherty GM, Mandel SJ, Nikiforov YE, et al. 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer: The American Thyroid Association Guidelines Task Force on Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer. Thyroid. 2016;26(1):1-133.
GHARIB H, Papini E, Garber JR, Duick DS, Harrell RM, Hegedüs L, et al.; American Association of Clinical Endocrinologists, American College of Endocrinology, and Associazione Medici Endocrinologi Medical Guidelines for Clinical Practice for the Diagnosis and Management of Thyroid Nodules–2016 Update. Endocr Pract. 2016;22(5):622-39.